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sábado, 8 de setembro de 2018

Soulspell - The Second Big Bang - 2017 - Download


Gênero: Power Metal

01 - Time To Set You Free
02 - The Second Big Bang
03 - The End You'll Only Know At The End
07 - White Lion Of Goldah
08 - Game Of Hours
10 - Sound Of Rain
11 -  Soulspell (Apocalypse Version)
12 -  Alexandria (Apocalypse Version)

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LISTEN



Pioneirizado pelo Ayreon de Arjen Anthony Lucassen e popularizado pelo Avantasia de Tobias Sammet, a vertente denominada Metal Opera veio tomando o seu espaço ao longo dos anos 2000, sempre com a característica primordial de narrar uma história, onde cada personagem é interpretado, ou vocalizado, por um vocalista diferente. Em geral, tais óperas tomam como trilha sonora o Power Metal, o Progressivo ou o Sinfônico, gêneros melódicos e que se permitem absorver uma certa pompa, o que confere a ópera um clima épico.


No Brasil, o nome mais conhecido e fortalecido no conceito de Metal Opera, sem sombra de dúvidas, é o do Soulspell, projeto idealizado pelo baterista Heleno Vale e que chega em 2017 lançando seu quarto álbum de estúdio, The Second Big Bang, lançado nacionalmente pela Hellion Records. Com sua proposta sonora fortemente calcada no Power Metal, com influências do Progressivo, Heleno Vale premia seus ouvintes com amostras vocais de seus convidados.


E que convidados!

André Matos, Tim Owens, Blaze Bayley, Timo Kotipelto, Fabio Lione, Ralf Scheepers e Dani Nolden não carecem de ser apresentados, até porque fazem parte do primeiro escalão de vocalistas do Heavy Metal mundial. E porque não incluir também nesta seleção os nomes nacionais de confiança de Heleno, como Daisa Munhoz (Vandroya), Pedro Campos (Hangar), Viktor Emeka e Jefferson Albert?


Ainda, The Second Big Bang conta com a participação de Arjen Anthony Lucassen, o holandês pioneiro das Metal Operas, e de Oliver Hartmann (Avantasia, ex-At Vance). A escalação dos guitarristas tem nomes do cacife de Kiko Loureiro (Megadeth, Angra), Eduardo Ardanuy (ex-Dr. Sin), Jani Liimatainen (Cain’s Offering, ex-Sonata Arctica), Tito Falaschi, que também cuidou da produção do álbum, e os homens de confiança de Heleno Vale, Rodolfo Pagotto (Vandroya), Leandro Erba, Cleiton Carvalho e Thiago Amendola. Para os teclados, foram convocados Fábio Laguna (Hangar), Rodrigo Boechat e Frank Tischer, que já trabalhou para o Edguy e para o Avantasia. Para o contrabaixo, veio ninguém menos que um dos criadores do Power Metal, Markus Grosskopf (Helloween). Ainda, fechando o time, teve também a participação das gêmeas harpistas Camille e Kennerly Kitt, famosas no meio Rock por gravar covers de clássicos do Rock tocando harpas.

Isto é: uma verdadeira seleção com parte da nata do Metal melódico mundial.


E são elas, as gêmeas harpistas, quem fazem as honras de abrir o álbum, com a intro intitulada Time To Set You Free, que vem seguida pela faixa-título, onde já marcam presença André, Kotipelto e Blaze Bayley, além de Jefferson Albert, que tem um timbre de voz que mais parece uma mistura de Paul Di’anno com Jorn Lande. Como é confortante ouvir André Matos cantar com toda a sua técnica e ver que Timo Kotipelto está cantando melhor hoje do que nunca. O finlandês aprendeu perfeitamente a se sentir confortável cantando em regiões mais graves, diferente do sempiterno agudo irritante que sempre foi sua marca registrada nos anos 90. Quanto a Blaze Bayley, basta mencionar que este homem nasceu para cantar Heavy Metal.


Falando no britânico que fez história no Iron Maiden e em sua brilhante carreira solo, ele inicia a faixa três, The End You’ll Only Know At The End, com todo o feeling que é conhecido de sua voz, seguido de Kotipelto, que aqui, sem exageros, entrega uma das melhores performances de sua carreira. Ainda temos aqui Daisa Munhoz embelezando a música, que caminha na marcha da cadência. Dungeons And Dragons introduz Fabio Lione e Victor Emeka, além de ser prova de que Heleno Vale, além de ser um escritor talentoso, é um baterista técnico e versátil. A sumidade Ralf Scheepers estreia na pesada Horus’ Eye, duelando com a não menos excepcional Dani Nolden.


Falando em duelos, este é um dos maiores baratos de uma Metal Opera: a possibilidade de ouvir diversos vocalistas talentosos atuando em uma mesma música, mais parecendo uma batalha, onde só quem ganha é a música e os fãs. Sendo assim, cada faixa ganha muito em melodia, arranjos e empolgação.


Father And Son é mais calma e serve como um descanso para o ritmo intenso que a antecede desde o começo. Destaque para seu clima setentista, com uma benção de Deep Purple no groove e nos teclados. O senso de composição de White Lion Of Goldah é latente, e suas mudanças de andamento são bem costuradas. Game Of Hours começa com um clima à la Rock Gótico, mas repentinamente se transforma num Power Metal pesado e tenebroso. Outra faixa que destaca as mudanças de andamento é Super Black Hole. Sound Of Rain mostra todo o poder da voz de Tim “Ripper” Owens, como também os vocais polidos de Viktor Emeka. A música e, consequentemente, a parte regular do álbum, se encerra com uma bela trilha de violão que serve como cama para a doce voz de Daisa deitar e rolar. Ao fim, temos as regravações das músicas Soulspell e Alexandria, ambas músicas do debut do Soulspell, A Legacy Of Honour, onde todos os vocalistas convidados deixam registradas suas partes finais em grande estilo.


Méritos também para os solistas que deixaram suas contribuições em The Second Big Bang. Cada guitarrista convidado, sem exceção, entregou uma dose do melhor que sua técnica permite explorar; o mesmo pode-se dizer dos tecladistas, com inserções inteligentes e expressivas.


Produzido por Tito Falaschi e mixado e masterizado por Dennis Ward (mil bandas), este álbum só reforça o peso da discografia do Soulspell e a sua importância junto à projetos similares mundo afora. Que a fonte artística e criativa de Heleno Vale nunca se esgote; sendo assim, o Soulspell ainda terá muito o que conquistar com suas histórias e sua qualidade musical.


Em tempo: olho nesse Jefferson Albert; o cara é monstro, e merece maiores oportunidades daqui para o futuro. E como está cantando esse Timo Kotipelto!

4 comentários: